22 Set 2016

Os caçadores de tornados na rota do crowdfunding

Já ouviu falar do crowdfunding? Nem sempre é fácil conseguir apoio por via do financiamento coletivo, mas não custa tentar. Foi o que fizeram os “caçadores de tornados” portugueses.

A palavra crowdfunding vem do inglês e resulta da união de crowd (multidão) com funding (financiamento), ou seja, trata-se de um financiamento colaborativo, em que cada um oferece a quantia de dinheiro que desejar para apoiar projetos em que acredita.

Para saber o que é o crowdfunding leia o artigo: “Mecenas já não é sinónimo de milionário”

«As pessoas podem doar apenas um euro para ajudar a concretizar uma ideia», salienta ao Portuguese Entrepreneurs Artur Neves, um dos cinco portugueses da equipa da Troposfera que lançou uma campanha de crowdfunding para realizar o sonho de “caçar tornados” nos Estados Unidos.

tornados

Bruno Gonçalves, Artur Neves, Henrique Santos, Miguel Pereira e Saúl Monteiro, fundadores da Troposfera, Associação Portuguesa de Meteorologia Amadora, foram os protagonistas desta aventura. Todos têm profissões diferentes, desde a engenharia do ambiente à edição de vídeo, mas uma paixão comum: os tornados.

Juntos concentraram-se na missão de visitar o “corredor dos tornados”, no interior centro dos Estados Unidos, para reunir o máximo de informação sobre este fenómeno meteorológico extremo. Durante três semanas, em maio de 2015, percorreram de carro os Estados Unidos para caçar tempestades.

Artur Neves diz que não pode viver sem adrenalina. “Gosto de sentir o poder da natureza. O momento mais marcante que vivi nos Estados Unidos foi com uma trovoada com seis raios por segundo, com vento de 100 ou 120 quilómetros por hora que vinha na nossa direção”, explicou este apaixonado por fenómenos extremos.

Da aventura nasceu um documentário, com seis episódios, intitulado “No Caminho dos Tornados”, que pode ser visualizado no youtube, mas o dinheiro angariado pela crowdfunding não correspondeu às expectativas dos organizadores da iniciativa.

Para concretizar a “caça aos tornados” o grupo apostou numa campanha na Internet, lançada na plataforma americana Indiegogo, de modo a obter 15 mil euros, mas o valor angariado de 350 euros ficou muito longe da meta. A viagem concretizou-se devido a 50% de apoios vindos de patrocinadores, quase todos do Algarve.

Quanto aos perigos são sempre imprevisíveis, alerta Artur Neves, mas para quem está desprotegido pode ser mais arriscado do que para os caçadores de tornados. “Acabamos por estar um pouco afastados da tempestade até porque de longe conseguimos obter melhores imagens. Caçar tornados é um entusiasmo e registá-los uma missão”.

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