Redes sociais dos segredos: a nova febre da Internet

Na era da Internet os segredos deixaram de ser contados ao ouvido para serem partilhados com milhares de pessoas. As redes sociais dos segredos, como a Whisper ou Secret, continuam a fazer sucesso, especialmente nas camadas etárias com menos de 25 anos.

“Os jovens que sentem uma pressão intensa para projetar uma imagem perfeita no Facebook ou Instagram apreciaram que o Whisper os deixasse expressar os seus sentimentos anonimamente”, pode ler-se no artigo “Anonymous Messaging App Whisper Raising New Funds”. A publicação da Fortune refere também que novos fundos de capital de risco foram investidos na startup, que não pára de crescer.

A Whisper tem mais de 30 milhões de utilizadores ativos por mês, com o utilizador médio a abrir a app para iOS e Android 20 vezes por dia, segundo as contas da empresa. A rede social lançada em 2012, com sede nos Estados Unidos, permite a partilha de segredos anónimos. É gratuita e pode-se divulgar um pequeno texto, acompanhado de imagem, sem que a identidade seja revelada.

Na Whisper pode encontrar-se de tudo, desde segredos de amor a outras confissões que já desconfiávamos antes, mas de que não tínhamos prova. Por exemplo, os funcionários de hotéis contam pecados como petiscarem dos pratos que vão levar aos quartos, vingarem-se dos clientes mal educados dando-lhes o pior quarto ou roubarem as gorjetas aos colegas.

O Secret, disponível no iTunes, uma app igualmente gratuita, permite partilhar mensagens anónimas através das suas redes sociais já existentes, mas de uma forma mais controlada do que a rede aberta Whisper. É possível visualizar “segredos” compartilhados de amigos não identificados, amigos de amigos, bem como da comunidade em geral.

O utilizador digita algumas linhas e escolhe uma cor de fundo ou imagem que serão enviadas para os contactos que estejam a usar a mesma aplicação, sem revelar a identidade. Se eles tocarem num ícone coração para mostrar que gostaram da mensagem será enviada também para os seus contatos e assim sucessivamente.

Ironicamente os utilizadores devem fazer login com o seu número de telefone para que o Secret tenha acesso aos círculos sociais de cada um. A opção é justificada pelos criadores da rede, Chrys Bader e David Byttow, ex-funcionários do Google, com a necessidade de minimizar comportamentos abusivos, porque as pessoas embora mantenham o anonimato conhecem-se na vida real.